Page 75 - Manual Antibioticoterapia Unimed Londrina
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II - TRATAMENTO E PROFILAXIA DE INFECÇÕES EM ADULTOS


           9 DIARREIAS INFECCIOSAS AGUDAS

           • Segunda causa de procura a atendimento médico.
           • Mais de 2 milhões de mortes anuais.
           • Definição: Aumento da frequência das evacuações (≥ 3 episódios por dia) com alteração da
            consistência por mais de 24 horas e menor que 14 dias.
           • A investigação específica não é necessária na maioria dos casos de diarreia aquosa aguda
            porque o quadro é geralmente viral e autolimitado, no entanto, é indicada a solicitação de
            exames complementares nas seguintes situações:
                  Ì Sepse/disfunção orgânica: Hemograma, PCR, hemocultura, Coprocultura + Exames
                 (Protocolo Institucional Sepse);
                  Ì Desidratação: Eletrólitos e função renal;
                  Ì Uso recente de antibiótico: Pesquisa toxina A e B para Clostridioides difficile + Gluta-
                 mato Desidrogenase (GDH);
                  Ì Fezes com muco ou pus, duração maior que 14 dias ou febre persistente: investigação
                 etiológica com coprocultura, parasitológico de fezes, pesquisa de rotavírus e adeno-
                 vírus nas fezes;
                  Ì Imunossuprimidos: investigação etiológica com coprocultura, parasitológico de fe-
                 zes, pesquisa de rotavírus e adenovírus nas fezes, pesquisa de Isospora e Criptospora
                 em fezes, pesquisa toxina A e B para Clostridioides.

           • O uso de antibióticos para diarreia adquirida na comunidade deve ser desencorajado, pois
            estudos epidemiológicos sugerem que a maioria dos quadros diarreicos adquiridos na co-
            munidade são de origem viral (norovírus, rotavírus e adenovírus), sendo que protozoários e
            bactérias patogênicas são responsáveis por cerca de apenas 10% dos casos.
           • Sugere-se uso de antimicrobianos no tratamento de diarreia aguda nas seguintes situações:
                  Ì Diarreia do viajante moderada ou grave
                  Ì Diarreia aquosa moderada ou grave com febre por mais de 72 horas ou sinais de sepse
                  Ì Diarreia aquosa por mais de 14 dias: terapia empírica pode ser tentada (porém neces-
                 sário investigar outras causas possíveis, incluindo não infecciosas)
                  Ì Diarreia com sangue ou muco sem febre: solicitar pesquisa microbiológica e tratar
                 conforme investigação
                  Ì Diarreia com sangue ou muco associado moderada/grave ou febre associada
                  Ì Diarreia com sangue ou muco no paciente imunossuprimido


            Grave:         Total incapacidade para realizar atividades do cotidiano.
            Moderado:      Mudança das atividades do cotidiano.
                           Sem alteração para realização das atividades.
            Leve:                Obs: alguns consensos sugerem como acima de
                                 6 evacuações diárias como quadro moderado.

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