Page 107 - Manual Antibioticoterapia Unimed Londrina
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II - TRATAMENTO E PROFILAXIA DE INFECÇÕES EM ADULTOS
A principal razão são suas características farmacológicas, que exigem repetição a
cada 2 horas no intraoperatório.
Ì A cefoxitina possui excelente ação sobre bacilos aeróbios e anaeróbios gram-nega-
tivos, e uma ação no mínimo pouco confiável sobre estafilococos. Por esta razão, só
deve ser indicada em situações onde a contaminação por gram-negativos e anaeró-
bios prepondera. É o caso das operações de cólon, onde é uma escolha possível.
Ì O sulfametoxazol-trimetoprim (SMX-TMP), a clindamicina isoladamente, os amino-
glicosídeos associados à clindamicina ou ao metronidazol são alternativas.
Ì A vancomicina deve ser restrita para situações excepcionais. Embora possuam eficá-
cia, as quinolonas, cefalosporinas de terceira e quarta geração e os carbapenêmicos
não são superiores aos esquemas propostos, e devido ao potencial desenvolvimento
de resistência e também devido aos custos não devem ser utilizados para esta fina-
lidade.
Ì Alérgicos a Beta-lactâmicos: clindamicina.
Ì As cefalosporinas podem ser administradas in bolus, entretanto, outras drogas, preci-
sam ser administradas mais lentamente, como, por exemplo: gentamicina: em 30-60
min; ciprofloxacin: 200 mg/h; metronidazol: 30-60 min; vancomicina: 1g - 1h, 2g – 2h.
Nesses casos, a infusão deve ser realizada na unidade de internação e não no centro-
-cirúrgico.
Ì Pacientes em tratamento de infecções com antimicrobianos de largo espectro, utili-
zar os antimicrobianos em uso, se adequados, administrando doses antes da cirurgia
para garantir cobertura adequada no ato cirúrgico.
16.4 OUTRAS MEDIDAS FUNDAMENTAIS NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO
CIRÚRGICO
Ì Não remover pelos, s/n tricotomia até 2 horas antes do início da cirurgia, com uso de
tricótomo (não utilizar lâminas) e banho após a remoção dos pelos. Não realizar em
sala operatória.
Ì Controle glicêmico no perioperatório (inclusive no pós-operatório), abaixo de 200
mg/dL.
Ì Manter normotermia.
Ì Antissepsia adequada das mãos da equipe.
Ì Preparo adequado da pele do paciente – degermação seguido de solução alcoólica
(preferência: clorexidina).
Ì Controle do número de pessoas em sala cirúrgica. A maioria dos patógenos são gera-
dos por pessoas e seus movimentos dentro da sala de cirurgia.
Ì Comportamento adequado em sala cirúrgica: falar o mínimo, não entrar em campo
profissionais infectados, inclusive com viroses, paramentação adequada (inclui sapa-
to ou tamanco exclusivo para centro-cirúrgico).
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