Page 226 - Manual Antibioticoterapia Unimed Londrina
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PROTOCOLOS E DIRETRIZES:
                     ANTIBIOTICOTERAPIA E PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE


        4 RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS (RPM)

        A infecção é uma das principais causas de RPM, estudos mostram que 32% a 35% dos casos
        têm cultura de líquido amniótico positiva.
        Mulheres colonizadas com Streptococcus do grupo B têm uma maior frequência de RPM.
        Para que a conduta conservadora seja estabelecida (em relação à interrupção ou não da ges-
        tação), deve-se ter certeza que não existem infecções. Para tanto, solicita-se à admissão da
        paciente alguns exames, como hemograma, proteína C reativa (PCR) e urocultura, além de
        exame físico minucioso. A taquicardia fetal (> 160 bpm) é sugestiva de infecção intra-am-
        niótica. Nas pacientes longe do termo em que se opte por tratamento conservador, o uso de
        antibióticos diminui a morbidade neonatal e o risco de corioamnionite (RR-0,57; IC 95%:
        0,37 - 0,86), e aumenta o período de latência, seja no prolongamento da gestação em 48
        horas (RR-0,71; IC 95%: 0,58 - 0,87) ou em 7 dias (RR-0,80; IC 95%: 071 - 0,90), embora a mor-
        talidade neonatal não seja alterada.

         Diagnóstico  Etiologia        Terapia de 1ª. escolha  Terapia de 2ª. escolha
                                       Ampicilina EV (48h)
                                       → amoxicilina VO
                      Streptococcus do   (5 dias)        Clindamicina EV → VO
         Gestação     grupo B, Trichomo-                 +
         < 37 semanas  nas vaginalis, Clamy-  +
                      dia trachomatis  Azitromicina EV (48h)   Azitromicina
                                       → azitromicina VO    EV → VO
                                       (5 dias)

        5 CORIOAMNIONITE

        Com o diagnóstico de infecção intra-amniótica a interrupção da gestação é indiscutível, pois
        trata-se de uma infecção restrita à cavidade uterina e que se resolve com o esvaziamento da
        mesma.

         Via de parto  Etiologia             Terapia 1ª. escolha  Terapia 2ª. escolha
                                                            Ampicilina-sul-
                      Streptococcus grupo B, E. coli,       bactam
                      anaeróbios, enterococo, Myco-  Ampicilina
         Parto normal  plasma spp., Ureaplasma spp.  + Gentamicina   OU
                      Gardnerella vaginalis, Listeria   (até 24h afebril)
                      monocytogenes                         Amoxicilina-clavu-
                                                            lanato
                      Streptococcus grupo B, E. coli,   Ampicilina    Clindamicina
                      anaeróbios, enterococo, Myco-
         Cesareana    plasma spp., Ureaplasma spp.,   + Gentamicina    +
                                             + Metronidazol
                      Gardnerella vaginalis, Listeria   (até 24 h afebril)
                      monocytogenes                         Amicacina
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