Page 188 - Manual Antibioticoterapia Unimed Londrina
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PROTOCOLOS E DIRETRIZES:
                     ANTIBIOTICOTERAPIA E PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE


        Duração e suspensão do tratamento
        Pacientes que se tornem afebris, embora neutropênicos, mas sem evidência de foco infeccioso
        e com culturas negativas, se bom estado geral e recuperação medular breve, devem ter sua
        antibioticoterapia suspensa após 24h afebril. Se paciente portador de cateter venoso central
        ou com comprometimento da medula, deve-se manter o tratamento. Na persistência da febre,
        deve-se coletar hemoculturas a cada 48 horas e investigar possíveis focos infecciosos
        Não se recomenda a ampliação do espectro antimicrobiano apenas com base na persistência
        da febre, mas sim de todo quadro clínico do paciente. Manter a antibioticoterapia conforme
        tempo indicado ou até neutrófilos ≥500mm3, o que ocorrer por último.
         Sítio de infecção         Tempo de tratamento

         Sinusite                  10-14 dias
         Pneumonia bacteriana      10-14 dias
         Pele e partes moles       10-14 dias
                                   -Gram negativo: 10-14 dias
                                   -S. aureus: 14 dias (no mínimo)
         Infecção de corrente sanguínea  -Estafilococo coagulase negativo: 7 dias
                                   -Outros gram positivos: 7-14 dias
                                   -Candida: 14 dias após a primeira HMC negativa


        19 QUEIMADURA EM CRIANÇA
        Não há indicação de uso de antibióticos sistêmicos em queimados não infectados, sendo
        indicado apenas nas profilaxias cirúrgicas. A necessidade do uso de antibióticos pode surgir,
        pois esses pacientes estão mais suscetíveis às infecções devido à destruição da microbiota
        bacteriana e consequente imunossupressão. Com a presença de microrganismos multirre-
        sistentes no ambiente hospitalar, pode haver necessidade de antibióticos mais potentes e
        por tempo prolongado, o que, associado à imunossupressão, facilita o surgimento de infec-
        ções fúngicas, causadas majoritariamente pela Candida spp. Portanto, deverá ser associado
        antifúngico (fluconazol ou anfotericina B) na evolução se necessário.

           Diagnóstico       Etiologia       Terapia 1ª escolha  Terapia 2ª escolha
                      S. pyogenes,
         Sepse com    S. aureus,           Oxacilina + amicacina   Clindamicina +
         < 5 dias de   S. coagulase neg.,   (10 - 14 dias)  amicacina
         internação   Pseudomonas
                      aeruginosa
                      Pseudomonas aeruginosa,   Piperacilina-
                      Acinetobacter spp.,   tazobactam + amicacina
         Sepse com    E. coli, Enterobacter spp.,   (10-14 dias)  Cefepime +
         > 5 dias de   Klebsiella spp., Staphylococcus      amicacina
         internação
                      aureus, enterococos,   Associar vancomicina
                      Candida spp.         na evolução s/n
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