Page 205 - Manual Antibioticoterapia Unimed Londrina
P. 205

III - TRATAMENTO E PROFILAXIA DE INFECÇÕES EM PEDIATRIA


           27.2 - PROFILAXIA DE ENDOCARDITE EM CIRURGIAS PEDIÁTRICAS
           Indicações
           1.  Válvula cardíaca protética (ou material protético utilizado para reparar uma válvula).
           2.  Endocardite anterior.
           3.  Cardiopatia  congênita  cianótica,  que  foi  reparada  (ou  paliativamente  reparada  com
             derivações e tubos).
           4.  Doença cardíaca congênita que foi reparada, mas com defeitos no local de reparação
             adjacente ao material protético.
           5.  Doença cardíaca congênita reparada completamente usando material protético, durante
             os primeiros 6 meses após o reparo.
           6.  Pacientes com transplante cardíaco com valvulopatia.

           Para procedimento dentário:
           Realizar 30 minutos a 1 hora antes, podendo até 2 horas após o procedimento, em caso de
           esquecimento.

                 Procedimento*                      Antibiótico
                                  Amoxicilina na dose de 50 mg/kg, até 2 g

            Procedimento odontológico   Na impossibilidade de VO: ampicilina (50mg/kg), cefazolina
            que envolva mucosa gengival,   (50mg/kg) ou ceftriaxona(50mg/kg), EV ou IM
            região periapical do dente e
            perfuração da mucosa oral  Alérgicos à penicilina: cefalexina (50 mg/kg, até 2 g) ou
                                  clindamicina (20 mg/kg, até 600 mg) ou azitromicina ou
                                  claritromicina (ambos na dose de 15 mg/kg, até 500 mg)
           *Não mais indicado para procedimentos urinários e gastrointestinais


           28 PROFILAXIA EM PACIENTES COM ASPLENIA ANATÔMICA
           FUNCIONAL


           A pneumonia, a meningite e a sepse fulminante, causadas por bactérias encapsuladas, são
           agravos que podem acometer o paciente esplenectomizado, principalmente nos dois pri-
           meiros anos pós cirurgia. Por isso, essas crianças devem receber vacinas contra Streptococ-
           cus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo b e Neisseria meningitidis no mínimo 15 dias
           antes da cirurgia. Se possível, preferir Pneumo 13 e Meningo ACWY. Se esplenectomia for
           realizada de emergência/urgência para tratamento de hemorragia aguda, a vacinação deve
           ser realizada logo após o procedimento cirúrgico. Outras vacinas disponíveis no CRIE (Mi-
           nistério da Saúde) para estes pacientes: anti-Influenza, antivaricela, anti-hepatite B.
           A duração da profilaxia é controversa, recomenda-se durante no mínimo 3 anos após a es-
           plenectomia e até os 18 anos de idade.

                                                                            205
   200   201   202   203   204   205   206   207   208   209   210