Saiba até que ponto a tecnologia é boa para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e adultos
Hoje, todos estão interligados pela tecnologia. Ela encontra-se presente no trabalho, em casa ou nos momentos de lazer. Entretanto, é preciso entender até que ponto o uso da tecnologia é benéfico para a nossa vida. Segundo uma pesquisa realizada pelo professor de Psicologia Organizacional e Saúde da Universidade de Lancaster, Cary Cooper, o uso excessivo de smartphone, tablet e aparelhos afins pode levar à depressão, estresse e insônia. Em comemoração ao Janeiro Branco, iniciativa da Unimed Londrina que integra o Calendário de Saúde 2019, preparamos esse texto para você tirar as suas dúvidas sobre o uso da tecnologia desde a infância, até a fase adulta. Continue a leitura!
Infância e adolescência
A tecnologia, com toda certeza, traz questões positivas ao desenvolvimento das crianças e adolescentes e possibilita o desenvolvimento em diversas áreas. A aprendizagem, adaptada às diferentes capacidades, é um dos benefícios. As atividades interativas e as novas maneiras de estudo e pesquisa, que despertam o interesse por diferentes assuntos, também se destacam com as novas tecnologias.
Entretanto, apesar dos diversos benefícios apresentados, o uso desenfreado e prolongado de jogos, redes sociais ou aplicativos pode implicar em, principalmente:
- Dificuldades na socialização e conexão com outras pessoas;
- Dependência do uso;
- Aumento da ansiedade;
- Sedentarismo;
- Transtorno de sono;
- Problemas auditivos pelo uso de fones de ouvido;
- Problemas posturais;
- Problemas visuais;
- Limitação da interação física e com o meio ambiente;
- Desconstrução do vínculo afetivo com a família;
- Comprometimento da saúde física e psicológica.
A lista é grande, mas isso é resultado do uso abusivo da tecnologia, sem controle ou intermediação feita por um adulto responsável. De acordo com Filipe Martin de Oliveira, Psicólogo da Unimed Londrina, para evitar essas situações, o papel de um responsável é essencial. “É preciso conversar sobre quais conteúdos os filhos podem ou não acessar, sempre explicando os motivos de cada proibição, a mesma coisa deve ser feita na criação de regras de acesso. É essencial explicar a razão da regra, para que faça sentido para a criança e o adolescente seguirem”, relatou Oliveira.
O psicólogo também explica que é extremamente importante o envolvimento dos pais no processo de filtragem dos conteúdos a serem consumidos pelos filhos, pois, no Brasil, não há fiscalização sobre a classificação de conteúdos na internet. “No Brasil existe o Departamento de Promoção de Políticas de Justiça (DPJUS) que é responsável pela Classificação Indicativa (Classind) de aplicativos, jogos eletrônicos, filmes e programas de televisão. Na internet, essa classificação não é fiscalizada”, completou.
Apesar de não existir um consenso sobre a melhor idade para iniciar o contato da criança com a tecnologia, ponto fundamental para um uso controlado -, a nova cartilha da Associação Americana de Pediatria, apresenta algumas recomendações. “Crianças abaixo de dois anos não devem utilizar mídias digitais, porém a partir de 18 meses, podem ter acesso supervisionado para fazer vídeo chamadas com os pais, porque vão aprender a assistir e conversar por modelo. Também recomendam que crianças pré-escolares, de dois a cinco anos, tenham acesso a somente uma hora de uma programação de alta qualidade, ou seja, que tenham conteúdo educativo para o aprendizado”, contou Filipe.
No caso de adolescentes, o psicólogo informa que um certo distanciamento dos pais é normal nessa fase da vida, muitas vezes pelo uso da tecnologia. Entretanto, quando há o isolamento excessivo, é preciso intervir. “O adolescente precisa se sentir acolhido quando contar suas frustrações e medos, além de se sentir seguro em casa”, relatou.
É importante ressaltar que esportes, aulas de música, desenho, pintura, circo e hobbies de maneira geral podem ser estimulados e ajudam a reduzir o tempo dos jovens diante dos equipamentos eletrônicos.
A partir do momento que se tem um controle melhor do uso das tecnologias por meio de crianças e adolescentes, tudo se torna mais saudável e nenhum momento da vida deve ser excluído por dependência ou uso desenfreado dos aparelhos digitais.
Vida adulta
A tecnologia está fortemente presente nos ambientes de trabalho, e se estende até mesmo nos momentos de lazer e descanso. O psicólogo Filipe Martin de Oliveira conta que diversos estudos demonstram que o uso excessivo da tecnologia pode afetar diversas áreas da vida, como a atenção concentrada e hiperatividade, por exemplo. “Outro ponto importante é de que o uso do celular, tablet, computador e internet pode se tornar uma dependência, e trazer muitos prejuízos além dos citados”, completou.
A perda de foco também é uma das graves consequências do uso da tecnologia sem controle. Para evitar essa situação, Oliveira explica que o melhor é realizar atividades que demandem atenção concentrada, e exemplifica, “montar um quebra-cabeças, sudoku, palavras cruzadas, costura e até mesmo malabares.”.
Entretanto, sabemos que a maioria dos trabalhos, envolvem o uso de tecnologia, o que torna, muitas vezes, impossível evitar o seu excesso. Contudo, o controle ainda se torna possível, por meio de pausas de 15 minutos a cada duas horas.
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