Para 2018/2019, o estimado é que ocorram 59.700 novos casos de Câncer de Mama no Brasil; confira os principais exames para identificar a doença
O Câncer de Mama infelizmente é uma realidade que afeta a vida de muitas mulheres brasileiras. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), para cada ano do biênio 2018/2019 no país, é estimado cerca de 59.700 novos casos do câncer. O risco previsto é de 56,33 casos para cada 100 mil mulheres.
A doença, que é extremamente comum entre as mulheres, perdendo apenas para o Câncer de Pele não-melanoma no Brasil, também atinge homens, porém com menor incidência, representando apenas 1% de todos os casos. Por mais que seja uma doença rara antes dos 35 anos, depois esse período, as chances de desenvolvimento aumentam muito, principalmente após os 50 anos.
Os fatores de risco
Por não possuir uma única causa, o Câncer de Mama apresenta diversos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença. Entre esses fatores, é possível destacar como principais:
Idade: para mulheres com mais de 50 anos, este é o principal fator de risco, pela exposição ao longo da vida e as alterações biológicas causadas pelo envelhecimento.
Histórico de câncer: já ter tido Câncer de Mama.
Histórico familiar: possuir alguém na família que já teve o câncer, como mãe ou irmã.
Fatores endócrinos e reprodutivos: estão ligados ao estímulo do hormônio estrogênio, como a menstruação precoce, menopausa tardia, gravidez depois dos 30 anos e não ter tido filhos.
Fatores comportamentais e hormonais: consumo de bebida alcoólica, obesidade e sobrepeso, exposição à radiação ionizante e sedentarismo.
Genética: alteração nos genes BRCA1 e BRCA2.
Os principais sintomas
Nesta doença, os primeiros sintomas a serem sentidos são os de alterações na mama, principalmente quando há o surgimento de nódulo. Contudo, existem outros sintomas que precisam ser conhecidos para que a atenção seja redobrada. Esses sintomas na mama são, principalmente:
1- Veias que ficam mais fáceis de serem observadas.
2- Saída de líquido anormal da mama.
3- Muita coceira.
4- Nódulo que não diminui.
5- Mudança na forma da mama.
6- Determinada região da mama que fica afundada.
7- Inchaço ou vermelhidão na pele.
8- Modificação na cor da aréola.
9- Crosta ou feridas formadas na pele.
10- Nódulo na axila.
11- Pele endurecida.
Todos esses sintomas podem aparecer separadamente, indicando tanto um estágio inicial da doença, como um mais avançado. Contudo, é importante destacar que se houver algum desses sintomas, não necessariamente haverá o desenvolvimento da doença. Por esse motivo, é essencial a consulta médica prévia para verificar a situação e as mudanças na mama.
Ainda, apesar de a incidência do Câncer de Mama ser menor em homens, é preciso ficar atento a alguns sintomas, que são os mesmos das mulheres, como nódulo perto do mamilo, liberação de líquidos e mudança no mamilo.
Exames para identificar a doença
O Câncer de Mama apresenta diversos estágios, que vai do estágio 0 até o estágio 4, além de suas subdivisões. Contudo, quando o diagnóstico é precoce, ou seja, descoberto na fase inicial, as chances de tratamento e cura são maiores, impedindo que a doença se desenvolva rapidamente.
Desta forma, estar atenta aos sinais é fundamental, principalmente a partir dos 35 anos, além de realizar regularmente os principais exames para detectar a doença. Esses exames são:
Mamografia
A mamografia é o exame único e essencial para o diagnóstico do Câncer de Mama. Ela corresponde a uma radiografia das mamas e, a partir disso, possibilita a visualização de qualquer anormalidade, mesmo antes da mulher realizar o autoexame.
Autoexame e Exame clínico
O Autoexame permite à mulher conhecer o próprio corpo para detectar alguma mudança nas mamas. Ele pode ser feito tanto do espelho, como deitada ou em pé, apalpando toda a mama e a região envolta para identificar qualquer anormalidade.
Já o exame clínico é realizado pelo próprio médico ginecologista ou mastologista, em que é feita a palpação da mama para que seja possível identificar qualquer nódulo ou alteração.
Apesar de serem indispensáveis para a constatação da doença, esses dois exames apenas detectam nódulos maiores e, com isso, quando o nódulo é identificado muitas vezes já é tarde demais. Por essa razão a mamografia é o exame mais recomendado.
Ultrassom e Ressonância magnética
A ultrassonografia da mama é um complemento da mamografia. O exame é excelente para identificar se os nódulos são benignos ou malignos, e também avaliar cistos para guiar biópsias e punções. O ultrassom ainda é excelente para identificar nódulos pequenos em mamas grandes.
Assim como o ultrassom, a ressonância também é um exame complementar. Ele é solicitado apenas em casos específicos, quando há alterações tanto na mamografia quanto no ultrassom da mama, sendo grande o risco de a mulher ter o câncer.
Biópsia e FISH
Primeiramente, é importante destacar que esses dois exames são diagnósticos mais avançados. A biópsia, por exemplo, ocorre após a mamografia e ultrassonografia, sendo guiada por estas quando há nódulos suspeitos na mama. Nela, é retirado um pequeno pedaço da lesão, para que seja possível verificar e confirmar a existência do câncer.
Já o exame FISH é utilizado para ajudar o médico a escolher o melhor tratamento para o câncer da paciente, sendo realizado após a biópsia. Ele é um teste genético que contribui para a identificação os genes do câncer.
Como prevenir o Câncer de Mama
Uma vida saudável é fundamental para diminuir os riscos de Câncer de Mama. Entre as atividades que precisam ser colocadas em prática no dia a dia para a prevenção, estão:
- Ter uma boa alimentação: ela deve ser repleta de frutas, legumes e verduras, alimentos ricos em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, para evitar o sobrepeso e melhorar a qualidade de vida. Além disso, evitar produtos industrializados, embutidos, enlatados e conservados, por exemplo, é uma atitude essencial.
- Praticar atividades físicas regularmente: procurar um profissional para a orientação na hora da escolha da atividade física é uma excelente opção. A prática da atividade pode ser feita por 30 minutos, todos os dias, para fortalecer as defesas do corpo e manter o peso. Andar de bicicleta, subir escadas ou realizar qualquer atividades ao ar livre são boas alternativas.
- Evitar o excesso de cigarro e álcool: o cigarro possui diversas substâncias tóxicas que causam o câncer e o etanol apresenta efeito cancerígeno nas células. Ainda, quando combinados, elevam os riscos do surgimento desse grupo de doença. Assim, a necessidade de evitar o excesso de ambos é uma decisão indispensável.
Além disso, realizar os exames constantemente, principalmente o autoexame e a mamografia, é primordial para a detecção precoce, principalmente em mulheres que apresentam grandes riscos. Segundo o INCA, a recomendação no Brasil é de que a mamografia seja realizada por mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos.
Desse modo, conheça o seu corpo! Previna-se e realize os exames! Em caso de alteração, procure imediatamente um médico. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura são extremamente maiores. Estamos juntos na luta contra o Câncer de Mama!