Edervando de Souza foi fumante por trinta anos e, atualmente, está livre do tabaco há quase um ano; atividade física foi essencial durante o processo
Foram mais de trinta anos de tabagismo até o funcionário público Edervando de Souza, 52 anos, decidir abandonar o vício. Até quase um ano atrás, ele era mais um entre os milhões de dependentes do cigarro em todo o mundo. Foi preciso lidar com inúmeras recaídas e os efeitos da abstinência para que Edervando conseguir deixar realmente o tabagismo de lado.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 7 milhões de pessoas morrem, por ano, no mundo, vítimas de doenças relacionadas ao cigarro. Não faltam pesquisas para comprovar os malefícios do tabagismo à saúde. Porém, por se tratar de dependência, o assunto é bastante delicado. As questões emocionais interferem diretamente no hábito de fumar e esta situação Edervando vivenciou na pele. “Eu lembro de uma vez em que fiquei um ano sem fumar e a minha mãe faleceu. Aí então, achei que seria só aquele cigarro, aquele dia ou aquela semana, mas não. E voltei com tudo”, desabafa.
A convivência com pessoas que fumam, para ele, é outro fator que dificulta o processo de parar de fumar. “Naquele ambiente, você acha que vai ser só um traguinho. E isso não pode. Basta você acender ou dar um trago. Você acha que tem capacidade de, no dia seguinte, não colocar de novo na boca, mas é muito forte”, conta Edervando. Hoje, como ex-fumante, ele é categórico e afirma que é possível interromper o hábito, mas é necessário estar completamente firme neste objetivo e não deixar que outras coisas interfiram. Ele completa um ano sem fumar no próximo mês de julho.
Atividade física como aliada
Nadador há quase três anos, Edervando ressalta a importância do exercício físico em um dos momentos mais decisivos de sua vida. Ele relata que a natação influenciou muito na qualidade do sono, o que o ajudou a diminuir a ansiedade causada pela falta do cigarro. “Você se ocupa com a atividade física, ocupa a mente e não fica lembrando do cigarro a todo momento”, explica.
A melhora significativa no condicionamento físico após cessar o fumo é outro ponto que Edervando destaca. “A diferença foi enorme, eu já sabia nadar, mas não tinha técnica. Quando comecei a nadar, era muito lento. O meu desempenho melhorou muito já no segundo ou terceiro mês depois de parar de fumar. Para mim, está sendo excelente!”, completa. Além da natação, ele pratica caminhada regularmente.
Acompanhamento profissional
O abandono do vício é um processo particular, que tem especificidades para cada pessoa, e compreender isso é essencial para obter o resultado almejado. Após uma consulta com um cardiologista, que o aconselhou firmemente a parar de fumar em benefício de sua própria saúde, Edervando decidiu procurar ajuda. Porém, ele confessa que foi resistente no início, devido às tentativas frustradas e recaídas anteriores.
Por orientação médica, ele procurou a Unimed Saúde para conhecer melhor o programa Unimed Livre do Tabaco. “Tomei coragem, marquei com a psicóloga e então comecei a fazer parte do grupo”, diz.
Para ele, que participa do programa anti-tabagismo desde junho de 2018, o acompanhamento multidisciplinar e a troca de experiências proporcionada pelo grupo foram muito importantes para abandonar o tabaco. “A participação no grupo é essencial, tem um peso enorme. Você se vê através de outras pessoas, medindo, colocando na balança a dificuldade que você tem e percebendo que ela existe para todo mundo. Essa troca de informações é muito importante”, garante.
Ele fez uso de medicamento por prescrição médica e atribuiu importância igual, tanto ao tratamento com remédios, como ao vínculo criado com o grupo no seu processo de abandono do vício. “Você cria uma responsabilidade e depois que para de fumar, você também não quer decepcionar aquele grupo”, alega ele. Atualmente, Edervando está em fase de manutenção - que garante acompanhamento aos participantes mesmo depois de cessado o uso do cigarro - e participa de reuniões mensalmente.
O grupo
O programa Unimed Livre do Tabaco, da Unimed Londrina, presta apoio profissional necessário aos fumantes que desejam abandonar o uso do cigarro. A iniciativa existe desde 2010 e é formada por uma equipe multidisciplinar, composta por psicóloga, enfermeira, assistente social e nutricionista, capacitadas na metodologia da Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos e em Entrevista Motivacional.
Para quem tem interesse em fazer parte do programa, a orientação é entrar em contato com a Unimed Saúde. O agendamento da avaliação e encaminhamento para o grupo deve ser feito pelo telefone (43) 3375-6016. Outra possibilidade é fazer a pré-inscrição clicando aqui.
E você? É fumante ou ex-fumante e se inspirou a deixar o cigarro com a história de Edervando? Conte-nos nos comentários o que tem sido mais difícil nesse processo!